Faking good no MMPI-2 : um estudo exploratório da relação entre medidas cognitivo-comportamentais e fisiológicas
A avaliação da personalidade e da psicopatologia é realizada frequentemente com recurso a instrumentos de autorrelato. No entanto, a natureza destes instrumentos torna-os particularmente propícios à ocorrência de faking good. O comportamento de faking, quando ocorre, pode pôr em causa a validade da informação obtida pelo que se exigem formas de o detetar adequadamente. O presente estudo pretende analisar a presença de faking good na autoavaliação da personalidade e psicopatologia, associando este comportamento a medidas fisiológicas. Para tal, foi utilizado o MMPI-2 (Minnesota Multiphasic Personality Inventory-2) e o EDA (electrodermal activity). A amostra foi constituída por 24 participantes, provenientes de dois contextos diferentes: contexto normal e contexto clínico/forense. Neste último contexto, há uma maior probabilidade de ocorrer, de forma natural, faking good, o que fundamenta a sua escolha. Os participantes deste contexto foram recrutados de uma clínica psiquiátrica de Setúbal e de um serviço de psicologia de Lisboa, estando todos inseridos num processo de avaliação psicológica, aquando do momento das aplicações, o que aumenta a validade ecológica do estudo. A análise dos resultados foi realizada a nível intra e inter-participantes, recorrendo a uma metodologia diferencial. A partir desta análise, foi possível identificar e distinguir dois tipos de faking good. O faking good ‘clássico’ – para o qual foi direcionado este estudo – apresenta características que vão de encontro às descritas na literatura para este tipo de viés de resposta (ver Graham, 2000; Green, 2000). Neste tipo de faking good, foi ainda possível encontrar uma associação inversa e diferenciada entre os resultados T do MMPI-2 e as ativações de EDA, isto é, foi encontrado um padrão no perfil de validade que é distinto do padrão encontrado no perfil clínico.
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Ana RD Mesquita
(2012)
Faking good no MMPI-2 : um estudo exploratório da relação entre medidas cognitivo-comportamentais e fisiológicas
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